É barricada, é greve geral! Só a ação direta derruba Temer, Jatene e todo sistema do capital!
No início do século XX quando vigorava a completa desregulamentação das relações entre os trabalhadores e os patrões a ganância capitalista submetia homens, mulheres, crianças e velhos a brutal exploração. Sem direito a descanso semanal, férias remuneradas, jornada de oito horas de trabalho, licença maternidade, salário mínimo, previdência social e sem acesso a escola e saúde pública, a classe que vive do trabalho teve que se organizar e reverter este quadro através de uma série de atividades de ação direta que iam desde a organização dos sindicatos e federações revolucionárias culminando com a fundação da Confederação Operária Brasileira – COB em 1906 até a primeira grande greve geral no Brasil em 1917. Durante esta trajetória os patrões e o governo foram obrigados a sentar com o povo oprimido e explorado e negociar as pautas que o movimento paredista apresentava. Foi quando se instituiu uma parte dos direitos reivindicados cristalizados na CLT- Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT.
Da primeira grande greve geral até 2017 se passaram 100 anos. Durante todo esse percurso, Estado e patrões nunca engoliram a diminuição de sua taxa de lucro pela conquista dos direitos sociais. A ascensão de Temer e toda sua corja golpista (com a chancela do PT/PCdoB e as entidades sindicais pelegas e burocratizadas) significou objetivamente um golpe nestes direitos adquiridos com muita luta e luto por milhares de companheiras e companheiros presos e tombados. O campo utilizado para a eliminação destes direitos foi exatamente aquele que a classe oprimida historicamente sempre foi derrotada. A saber: o parlamento burguês e o judiciário. Basta vermos por onde tão “reformando” a Previdência, liberando o trabalho terceirizado e criminalizando os movimentos sociais. Cem anos depois, um aprendizado deve ficar na memória do povo em luta. Nossos direitos foram conquistados em outra arena. Foi nas ruas, nos campos, nas fábricas e nas lavouras que nossa classe partiu para ofensiva e derrotou a burguesia e o estado arrancando seus direitos. Para isso um instrumento foi central e determinante: a ação direta. Seja fazendo greves, ocupando terras, fechando rodovias. Foi parando a circulação do dinheiro dos capitalistas que se abriram os caminhos para os direitos dos trabalhadores.
Neste dia 31 de março de 2017 que nossa memória não seja traída. Reiteramos que do Estado, através de seus poderes (executivo, legislativo e judiciário), só podemos esperar violências e opressões, que aliadas à exploração capitalista, amordaçam nossas vidas. Assim, seguiremos firmes em nossas lutas sempre tendo em vista a construção da justiça social desde baixo e à esquerda. Nossos direitos que estão usurpados só podem ser garantidos com uma grande Greve Geral, radical e expropriadora, para derrubar Jatene, Temer e todo sistema do capital.
Belém – Pará
31 de Março de 2017
Federação Anarquista Cabana – Integrante da Coordenação Anarquista Brasileira.