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Toda solidariedade aos presos políticos do MST em Goiás. Não a criminalização dos Movimentos Sociais no Brasil.

Mais uma vez os movimentos sociais sofrem golpes deferidos pelo Estado por meio de seus aparelhos de coerção jurídica. Desde o mês de abril, a justiça expediu mandado de prisão a quatro militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Dois desses foram presos e enquadrados absurdamente na lei nº 12.8502013 referente à organização criminosa.

As instâncias jurídicas do Estado de Goiás travam perseguição política sistemática as lideranças do Acampamento Padre Josimo (GO). Os camponeses Luiz Batista, Natalino de Jesus e Diessyka Santana são vítimas dessa escalada repressiva. Destacamos, também, a prisão do geógrafo José Valdir Misnerovicz. Militante com forte reconhecimento na sua luta em defesa da reforma agrária. Luiz foi preso no dia 14 de abril ao comparecer em um depoimento e Valdir depois de um mandado de busca e apreensão expedido no dia 31 de maio de 2016 a pedido do judiciário do Estado de Goiás e executado pela Polícia Militar – PM.

Tal prática do Estado brasileiro vem criminalizando os movimentos sociais, imputando a sua militância a marginalidade jurídica e, com isso, perseguindo e trancafiando lutadores e lutadoras do povo. Desde as Jornadas de 2013 o processo de repressão se intensifica no país. O primeiro foi Rafael Braga que continua preso. Agora, os companheiros de Goiás.

A Lei Anti-terror, assinada pelo governo Dilma do PT e implementada pelo Governo Temer do PMDB só coloca fermento no “bolo” preparado pelas forças do fascismo no Brasil. Nós da Federação Anarquista Cabana – FACA/Coordenação Anarquista Brasileira – CAB fazemos um grande chamado para as  organizações populares, estudantis e movimentos sindicais e camponeses se posicionarem frontalmente contra a criminalização dos movimentos sociais e rodearmos a companheirada encarcerada de solidariedade militante. Constituindo, para isso, Comitês pela libertação dos ativistas presos sejam nos locais de trabalho, estudo e moradia.

# Liberdade para Rafael Braga, Luiz Batista e José Valdir Misnerovicz;

# Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais;

# Terrorista é o Estado e o Capital!

faca

FACA/CAB, Junho de 2016.

 

Nota de Solidariedade aos lutadores e lutadoras de Oaxaca

A Coordenação Anarquista Brasileira (CAB) vem manifestar sua solidariedade às famílias dos militantes sociais assassinados, ao povo guerreiro de Oaxaca e à Coordinadora Nacional de Trabajadores de la Educación (CNTE), que neste último domingo, 19 de junho, sofreu mais um ataque do Estado assassino mexicano, comandado pelo governo de Enrique Peña Nieto (PRI).

A CNTE, organização sindical dos trabalhadores e trabalhadoras da educação do México, vem num processo de mobilização social de vários anos contra os ataques do governo à educação pública e contra a reforma educativa no país empreendida pelo governo de Enrique Peña Neto. O governo mexicano se esforça por privatizar a educação, não negociar e ainda mantém encarcerados dirigentes nacionais da entidade.

Este projeto de silenciamento das/os de Baixo, através do pensamento que transforma educação em negócio, é um projeto de interesse dos de cima para a América Latina toda e, a repressão é coordenada no espaço e no tempo para pulverizar as possibilidades do ensino público. E no caso especifico de Oaxaca essa questão se arrasta desde 2006 quando professores se levantaram por seis meses em situação de greve, um marco da luta pela educação pública travada naquele estado.

Na última semana foram realizadas grandes marchas, barricadas e bloqueios de estradas em vários municípios e estados do México, porém foi na rodovia federal 190 que liga Oaxaca à Cidade do México que o movimento sofreu mais um massacre pelas forças policiais do Estado Mexicano.

Em Nochixtlán, Oaxaca, enquanto o movimento composto pelos educadores e educadoras, estudantes e população local estava resistindo com paus e pedras ao avanço das tropas da Policia Federal mexicana, o braço armado do Estado começa a disparar tiros letais contra as pessoas lutadoras, resultando em 9 pessoas mortas, mais de 50 feridas, 22 desaparecidas e 23 presas.

Não se passaram nem 2 anos de um grande ataque do Estado Mexicano a lutadores sociais, o desaparecimento (massacre) dos 43 estudantes de Ayotzinapa, e o povo de luta do México sofre com mais perdas. Enquanto mais a classe oprimida se organiza e luta, mais a classe dominante criminaliza, reprime e mata nosso povo. A saída é continuarmos lutando e rodeando de solidariedade cada vez mais àquelas e àqueles que lutam por vida digna e um mundo mais justo e igualitário.

A solidariedade de classe a nível internacional é de extrema importância neste momento. O sangue derramado no México é o nosso sangue!

Nenhum minuto de silêncio, vidas inteiras de luta pelos que tombaram!
Toda solidariedade aos lutadores e lutadoras de Oaxaca!
Nenhum passo atrás! Nenhum Direito a Menos!

cab

CAB, Junho de 2016

Fonte: Coordenação Anarquista Brasileira [CAB]

[CAB] VIOLÊNCIA DE GÊNERO, DEBATER E COMBATER

CARTA PÚBLICA DA COORDENAÇÃO ANARQUISTA BRASILEIRA SOBRE AGRESSÕES DE GÊNERO EM ORGANIZAÇÕES ANARQUISTAS ESPECIFISTAS

 

 “A validade da luta é integral. Não somente de gênero, mas toda luta que vá de encontro ao sistema. Por isso mesmo a luta pela igualdade de gênero é um elemento fundamental. Reconhecer que não pode haver justiça, não pode haver democracia, não pode haver relações horizontais, se as mulheres não estão participando. Ela disse: já basta! Para haver liberdade, tem que ser livre todos e todas.” – Mulheres Zapatistas

Tendo em vista a importância do processo de crítica e autocrítica para a construção de coerência entre nossos meios e fins, a Coordenação Anarquista Brasileira (CAB) vem publicamente reconhecer que em algumas organizações que compõem a CAB ocorreram casos de agressões de gênero, envolvendo agressores e vítimas. Decorrente desses casos, as fragilidades de prática e conduta de nossas organizações relativas às opressões de gênero se evidenciaram. Essas fragilidades foram percebidas não só internamente, mas também por diversos grupos de esquerda que combatem tais práticas. Assim, esse elemento reforça ainda mais a importância da luta feminista que vem cada vez mais escancarando e lutando contra as opressões também no campo da esquerda…

http://anarquismopr.org/2016/02/18/cab-violencia-de-genero-debater-e-combater/